A globalização é um processo irreversível. E no universo dos carros, seu impacto está cada vez mais evidente. O 408, novo sedã médio da Peugeot e substituto imediato do veterano 307, é um retrato dos novos tempos na indústria automobilística mundial. O modelo, montado na Argentina e apresentado esta semana no Brasil, já nasceu multinacional. Foi projetado simultaneamente por profissionais da fábrica francesa em Paris, Xangai e São Paulo. Trata-se do primeiro automóvel “global” da Peugeot.
Por essa razão, o 408 foi feito para atender aos mais variados tipos de público. Ao mesmo tempo, é preciso se adequar a cada mercado. E no Brasil, a Peugeot foi buscar a fórmula para o sucesso onde se deve procurar – nos líderes. O novo sedã médio da marca do leão chega às lojas em meados de março com a mira apontada diretamente para a dupla nipônica que há anos promove uma hegemonia nas vendas: Toyota Corolla e Honda Civic. Só que o modelo não esconde suas raízes francesas. Veja!
Por essa razão, o 408 foi feito para atender aos mais variados tipos de público. Ao mesmo tempo, é preciso se adequar a cada mercado. E no Brasil, a Peugeot foi buscar a fórmula para o sucesso onde se deve procurar – nos líderes. O novo sedã médio da marca do leão chega às lojas em meados de março com a mira apontada diretamente para a dupla nipônica que há anos promove uma hegemonia nas vendas: Toyota Corolla e Honda Civic. Só que o modelo não esconde suas raízes francesas. Veja!
Preço inicial de R$ 59.500 é um atrativo
Racionalidade, confiabilidade, atualidade... E emoção. Foi nesse “quarteto” que a Peugeot se baseou na hora de criar o 408. A montadora focou os valores que fazem de Civic e Corolla os queridinhos do segmento de sedãs médios no País. Só que era preciso deixar sua marca, sempre ligada à esportividade. E dessa mistura surgiu o novo visual felino, de traços arrojados, mas com uma boa dose de conservadorismo. Por mais estranho que pareça, o 408 tem um lado racional evidente – não só nas linhas.
O novo sedã médio da marca francesa tem porte imponente e desenho elegante. Sugere sofisticação. Parece maior nas dimensões que muitos concorrentes da categoria. Ao mesmo tempo, o modelo tem preço inicial altamente competitivo. A versão mais simples Allure começa em R$ 59.500, equipada com câmbio manual e um bom pacote de equipamentos. Há direção eletro-hidráulica, ar-condicionado, “trio” elétrico, rodas de liga aro 16, airbags frontais e freios com ABS, EBD e assistente de emergência AFU.
Mas à medida que encarece, o 408 básico muda radicalmente. Na mesma versão Allure equipada com o novo câmbio automático (AT8) de quatro marchas (R$ 64.500), o quadro de instrumentos ganha fundo branco (mais interessante) e o volante tem formato mais anatômico, além de revestimento em couro. Pode parecer bobagem, mas são peças de uso constante pelo motorista. A versão ganha ainda o controle de cruzeiro, popularmente chamado de “piloto automático” – e sempre muito prático.
Ou seja, dependendo da escolha, há pequenas mudanças a bordo do sedã que talvez façam grande diferença. E a versão de entrada Allure, segundo a própria Peugeot, responderá por majoritários 60% do mix de vendas. Outros 30% são da configuração intermediária Feline (R$ 74.900) e tímidos 10% ficam com a topo de linha Griffe (R$ 79.900) - há um inexplicável buraco de R$ 10.400 da Allure automática para a Feline. Com isso, a montadora aposta declaradamente no câmbio automático AT8, presente nas duas versões superiores – a caixa manual é restrita ao 408 mais barato.
Equilíbrio dinâmico e requinte impressionam
Rio de Janeiro – O sedã 408 pode ser considerado o principal lançamento da Peugeot no Brasil em 2011. Não propriamente para as vendas. A montadora acredita que o carro emplacará cerca de 1.500 unidades/mês, média tímida perto do líder Toyota Corolla, que sozinho vendeu 4.500 unidades mensais em 2010. A expectativa em torno do sucessor do 307 sedã está nos níveis de sofisticação e requinte e na atualidade. Apesar de superpovoado, o nicho dos sedãs médios já carece de renovação – culpa da tal globalização.
E o representante da Peugeot chega na hora certa. Ao longo de 2011, vários modelos inéditos estrearão no mercado nacional, entre eles o sulcoreano Hyundai Elantra e o Chevrolet Cruze, que sucederá o Vectra. Isso sem falar nas novas gerações de Volkswagen Jetta e Honda Civic e na atualização de meia-vida do Toyota Corolla. Para enfrentar essa turma, o 408 aposta na boa relação custo/benefício aliada ao porte imponente e bom nível de acabamento da cabine – a tal racionalidade japonesa.
Até no pós-venda o novo modelo tenta seduzir. Há garantia de três anos, cesta de itens básicos mais em conta e revisão a preços fixos – diz a Peugeot que as três primeiras visitas agendadas à rede autorizada custam interessantes R$ 730. Tudo para demonstrar qualidade, aspecto que se mostra melhor quando se está a bordo do sedã. As peças que revestem o habitáculo transmitem bom gosto e cuidado. O painel, por exemplo, usa materiais macios. O visual é elegante, embora um tanto sóbrio.
O 408 que mais impressiona, claro, é o topo de linha Griffe. Além de controle eletrônico de estabilidade (ESP) e seis airbags, o modelo traz sensores de obstáculos traseiros, teto solar e uma tela de LCD escamoteável no topo do console central, para o sistema de navegação por GPS – mesmo item oferecido no arquirrival e também estreante Renault Fluence. Nós experimentamos a versão intermediária Feline, bastante completa, com forração de couro nos bancos e o belo quadro de instrumentos branco.
Mas nesse primeiro contato, o que mais impressionou no novo sedã da Peugeot foi o equilíbrio dinâmico. Durante o test-drive, percorremos um trecho bastante sinuoso da rodovia BR-040, entre o Rio de Janeiro e a cidade serrana de Petrópolis. E o 408 mostrou grande estabilidade, realizando curvas com segurança, quase sem torcer a carroceria. A comunicação entre as rodas e o volante foi outro ponto alto. Além de bem calibrada, a direção eletro-hidráulica tem respostas bem diretas.
Com relação ao conjunto mecânico, a expectativa ficou concentrada no novo câmbio automático AT8 – já que o bloco é o mesmo do 307 sedã, o 2.0 Flex de 151 cv de e 22 kgfm de torque (etanol). Apesar de a Peugeot ter refeito a transmissão, com novos conversor de torque, conjunto hidráulico e software de gestão, a impressão ao volante é de que falta agilidade nas trocas, além de um maior número de relações. Os trancos foram suavizados, mas em velocidades elevadas o motor trabalha em alto giro.
Para compensar, a Peugeot se preocupou em tornar o interior bem confortável. O isolamento acústico, por exemplo, merece elogios. É de fato eficiente, com o para-brisas acústico. O novo sistema de som também está mais moderno, com entradas USB e auxiliar entre os bancos. Faltam mais porta-objetos, é verdade. Mas o nível de conforto é excelente, com bons vãos para pernas e cabeça. E o porta-malas, apesar de ter a “boca” estreita, comparta generosos 526 litros. No geral, o 408 parece pronto para a briga. Resta saber se a racionalidade francesa vai funcionar por aqui.
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